Bico de papagaio: o que é e como tratar?

O bico de papagaio, chamado tecnicamente de osteofitose, é uma alteração óssea caracterizada pelo crescimento anormal de pequenas projeções ósseas nas bordas das vértebras da coluna. Esse nome popular vem do formato dessas projeções, que lembram o bico da ave. Geralmente, está associado ao desgaste natural das articulações da coluna, processo que pode ocorrer com o envelhecimento ou em função de sobrecarga e má postura ao longo dos anos.

A formação do bico de papagaio é resultado de um mecanismo de defesa do corpo. Quando há desgaste ou instabilidade na articulação vertebral, o organismo tenta aumentar a área de apoio e a estabilidade da região, formando essas saliências ósseas. Esse processo, porém, pode comprimir nervos ou a medula espinhal, causando dor, formigamento, rigidez e, em casos mais graves, perda de força muscular.

Os sintomas variam conforme a localização dos osteófitos. No pescoço, podem causar dor cervical, irradiada para ombros e braços, além de tonturas e dor de cabeça. Na lombar, podem gerar dor irradiada para glúteos e pernas, conhecida como lombociatalgia. Muitas vezes, o bico de papagaio é descoberto apenas em exames de imagem, já que nos estágios iniciais pode ser assintomático.

O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica e exames como raio-x, tomografia ou ressonância magnética, que permitem visualizar a formação óssea e possíveis compressões nervosas. É importante diferenciar o bico de papagaio de outras causas de dor na coluna para que o tratamento seja direcionado corretamente, evitando agravamento do quadro.

O tratamento inicial costuma ser conservador e inclui fisioterapia, fortalecimento muscular, correção postural, uso de medicamentos para dor e inflamação e, em alguns casos, infiltrações. A cirurgia só é indicada quando há compressão nervosa grave ou perda de função que não melhora com o tratamento clínico, visando descomprimir a área afetada e restaurar a mobilidade.

Ao sentir dores persistentes na coluna, formigamento ou perda de força nos membros, é essencial procurar um ortopedista. O acompanhamento especializado permite controlar os sintomas, prevenir a progressão do desgaste e preservar a qualidade de vida, mesmo em casos de bico de papagaio já diagnosticado.

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